Era um domingo, 06 de Janeiro de 1985.
Às 14 horas, fui à Congregação Central, situada à rua Amaury de Medeiros, 91
A pequena igreja estava lotada. Era batismo, que acontecia a cada três meses.
O irmão Lourival Pereira era ancião desde 1983 e atendia 28 congregações em Garanhuns e região.
Hinos foram cantados. Orações.
Palavra.
Iniciou-se o serviço nas águas.
O irmão Louro entra no tanque enquanto o irmão José Gabriel, com trinta anos de cooperador, o primeiro de Pernambuco, ficara na presidência.
Muitos irmãos e irmãs obedeceram a Deus naquela tarde.
Eu me levantei e fui pedindo licença aos irmãos que estavam nos corredores, e a todos que me perguntaram se eu ia me batizar, respondia que ia ao banheiro.
Fui ao banheiro mesmo
Mas ao sair, tomei uma caneca d'água de uma grande jarra com uma torneira, que o irmão Biu, hoje encarregado regional, trazia água em latas de 20 litros para mantê-la sempre cheia.
Olhei para a estreita porta que dava acesso ao trocador e tanque de batismo, e lembrei da porta estreita que poucos entram por ela.
À porta estava o irmão Zé Siqueira, diácono.
Pedi licença e entrei.
Faziam nove dias que eu completara 15 anos.
Lá no quartinho me deparei com o irmão Feliciano Leite Cavalcanti, diácono mais antigo de Pernambuco, e futuro sogro.
Ele me olhou e escolheu um macacão para me vestir.
Troquei de roupa e fui entrando devagar descendo os degraus do tanque.
Vi no outro lado do tanque, no lado das irmãs, a irmã Maria Bacic, a mais antiga irmã da Obra da Piedade, esposa do irmão Franklin Cavalcante, cooperador da Salinha do Arraial.
Fui batizado.
Saí das águas me sentindo mais leve.
Ouvi uns gracejos de alguns jovens, dizendo, agora é irmão batizado.
Há 40 anos eu não imaginava que os anos se passariam tão rápido.
Naquele ano fiz minha primeira visita.
Naquele ano foi minha primeira viagem em missão para evangelizar e visitar irmãos e testemunhados em outras cidades.
Tive a primeira visão naquela viagem.
Vi a dona da casa com as roupas tão brancas que pareciam nunca terem sido usadas
Ao sair da casa, contei para dois irmãos que estavam comigo, irmão Neco, que foi cooperador de Jovens em Canhotinho, e o irmão Arlindo Belo, músico irmão do irmão Cícero Belo.
Eles riram.
Não, meu irmão, a mulher não estava com vestido branco.
Mas, eu vi que eram brancos como a neve...
Após quinze dias, fomos novamente lá no sítio Água Vermelha, e levamos aquela família e outros ao batismo em Canhotinho.
Aquela mulher obedeceu a Deus no batismo. O esposo não obedeceu. O Sr João Veiga morreu sem ser batizado.
Mas aquela irmã foi batizada. E os irmãos entenderam que as vestes brancas simbolizavam o batismo.
Seu nome
Irmã Juvina.
A visitei outras vezes. E depois ela se ser Garanhuns, onde teve culto em sua casa até o final da sua vida.
Naquele ano de 1985, o Eterno CRIADOR me selou com a Promessa de Espírito Santo.
Naquele ano iniciou-se um avivamento no bairro de Heliópolis no meio da mocidade e crianças.
Crianças, moças e moços foram selados naquele ano.
Vimos vários dons se manisfestar em nosso meio
Passamos perseguições e provações
Lutas e combates
Mas também recebemos muitas vitórias e muitas bençãos
Choramos muito.
Mas cantamos muito e sorrimos muito na presença de Deus.
O Senhor nos ungiu com o óleo da alegria
Eu vivi tudo, aproveitei minha mocidade em visitas e orações
Cantei
Louvei
Adorei
Glorifiquei a Deus
Honrei meu pai e minha mãe
Fui honrado por Deus
Fui abençoado por Deus
Tenho cinco filhos maravilhosos
Tenho sete netos lindos.
Sou abençoado por Deus
E abençoei a muitos.
Sou tido como pobre, mas enriqueci a muitos.
Tudo como morto, mas vivifiquei a muitos.
Por onde eu passei, deixei um pedaço de mim.
Gerei filhos e filhas em Cristo, que hoje podem até nem lembrar de mim ou nem me considerar como pai, mas os amei e os cuidei como filhos.
Tudo fiz por amor.
O amor de Cristo transbordou meu cálice.
Espalhei e compartilhei esse amor.
Aprendi a amar a todos.
Ensinei a muitos, o caminho a Deus.
Sou transportador das riquezas eternas. Por onde eu passo, levo um pouco ou muito a quem desejar.
Deus me fez um celeiro para armazenar sementes e alimentar aos famintos.
Eu sou herdeiro da Glória Eterna.
Já dei minha vida aos perdidos e aos sem esperança.
Recebi em dobro na terra.
Já produzi frutos dignos de arrependimento, e frutos para honra e glória do ETERNO CRIADOR.
Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim.
Amo vocês em Cristo.
Sandro Rogerio da Silva.
06/01/2025