Saudade da Salinha
do Arraial
Quando o
Senhor me chamou no Caminho celestial
Na segunda e
sexta-feira congregava no Arraial
Aprendia a
Caridade com a Palavra da Verdade, não havia outra igual.
A salinha
era pequena enchia de irmandade.
Somente um bombardino, mas tocava com vontade.
Nem ainda um
órgão tinha ali naquela salinha
Mas havia
Santidade.
As sete horas da noite para a salinha eu corria
Ia buscar a
Palavra com fervor e alegria
E sempre
perseverante,
Irmão
Franklin Cavalcante atendia todo dia.
Na Palavra
tinha tudo para nossa edificação
Deus mandava
a Doutrina, cura e Libertação
Nunca a
Igreja era vencida, ficava sempre unida
Depois da
repreensão.
Os conselhos
do Senhor eram mais doces que o mel,
Ninguém
andava em vaidade, buscavam somente o céu,
Quando o
irmão viajava, para atender convidava
O irmão José Gabriel.
Para viagem
ou missão, a resposta eu buscava
Num hino ou
testemunho a certeza já chegava
Sendo eu fraco e sem temor , Deus dava ao cooperador
A Palavra, e confirmava
O Arraial se transformou colocaram um ancião.
Derrubaram a
salinha fizeram uma Congregação.
A tristeza me
invade pois aqui nesta cidade
Não tem mais
revelação.
E o Irmão Cavalcante não está pregando mais.
Foi viver
com o Senhor nas moradas celestiais.
Hoje ao ver
uma salinha penso na vida que eu tinha
Que eu não
esqueço jamais.
Ninguém
prega mais doutrina, não tem mais exortação.
Não temos
mais liberdade só quem prega é o ancião.
Já acabou o
amor só chamam o cooperador
Para fazer a
oração.
Sempre a
mesma pregação: Deus vai te abençoar.
O Senhor
está contigo. Teu esposo vou chamar.
Igreja vai
dando Glória, hoje é Cântico de Vitória.
O teu desejo
cumprirá.
Como fui com
Josué, também eu serei contigo.
Vou cumprir
todas promessas. Não temas o inimigo.
Vou
congregar e outra vez vem o Salmo 23
Mas Deus não
fala comigo.
O Senhor é
teu Pastor e nada te faltará.
Não falta
enfermidade e sempre a prova virá.
Mas isso não
é bênção, é uma grande maldição
Não quero
mais congregar.
E o Irmão
Cavalcante não está pregando mais.
Foi viver
com o Senhor nas moradas celestiais.
Hoje ao ver
uma salinha penso na vida que eu tinha
Que eu não
esqueço jamais.